Agora > SEGURANÇA

Prisão é anunciada em SP, nos 2 anos do atentado à Protege e ao quartel da PM

Heberson Macedo Martins é apontado como um dos líderes da organização

17/04/2024

No dia em que se completa dois anos do ataque à base da transportadora de valores Protege/ProForte, nesta quarta-feira (17), foi anunciada a prisão, em São Paulo, de mais um envolvido no crime que por cerca de 4 horas aterrorizou Guarapuava. Apontado como um dos líderes da quadrilha, com cerca de 30 criminosos, foi preso Heberson Macedo Martins, indicado também como um dos responsáveis pelo atentado contra o quartel do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que resultou na morte do então cabo Ricieri Chagas.

A operação foi realizada por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). De 17 de abril de 2022 para cá, já foram condenados sete réus acusados de participação na tentativa de assalto e da morte do policial-militar. Pelo menos outras sete pessoas, tidas como pertencentes à quadrilha, foram mortos logo após à morte de Ricieri Chagas, que causou comoção e revolta entre todos os quadros da segurança pública do Paraná. O Batalhão da PM em Guarapuava passou a ter o nome dele, elevado ao posto de 3º sargento.

No decorrer destes 24 meses, várias ações policiais, principalmente em São Paulo, levaram a esconderijos de armas e prisões de suspeitos, que posteriormente foram transformados em réus e condenados. Somadas todas as penas, são 334 anos de prisão.

NOITE DE TERROR

Na noite daquele 17 de abril, os bandidos transformaram Guarapuava numa praça de guerra, fazendo ataques em diferentes frentes. Bloquearam os acessos na BR-277, colocando fogo em veículos, para desviar a atenção do Corpo de Bombeiros, e fecharam com veículos os dois portões do quartel da Polícia Militar, no Alto da XV. O carro do CHOQUE onde se encontrava Ricieri Chagas foi pego de surpresa, na saída do quartel, atacado com diversos tiros de metralhadora.

Enquanto isso, o grupo de assalto rendia vigilantes da empresa de transportes para tentar chegar aos cofres com dinheiro. Fizeram reféns pessoas que passavam próximas, atiravam continuamente para cima como forma de gerar pânico e também contra residências que estavam próximas à empresa.

Com o ataque ao quartel, grande parte do contingente em folga, devido ao feriado prolongado de Páscoa, reuniu-se voluntariamente para fazer cerco aos bandidos. Por cerca de 240 minutos seguidos, os disparos de armas de fogo podiam ser ouvidos à distância, na região do bairro dos Estados, sede da empresa de valores. A população foi orientada a ficar deitada no chão das residências, enquanto ouvia portas e janelas tremerem. Além de carros blindados, os criminosos se utilizaram de metralhadoras ponto 50, de uso privativo das Forças Armadas.

Um dos detalhes foi a presença de um blindado do Exército (26° GAC), que circulou por ruas da cidade, para monitorar a área dos oficiais militares, na Lagoa das Lágrimas. A informação é de que o blindado teria intimidado os bandidos, que, segundo consta, utilizavam-se de drones para monitorar a Vila Militar e o quartel do 26º GAC. Na fuga, houve uma intensa troca de tiros entre policiais e parte da quadrilha numa estrada secundária, que liga o distrito de Palmeirinha a Campina do Simão, uma das rotas de fuga. No enfrentamento, os criminosos tombaram carros, deixaram armamentos e manchas de sangue. Dias depois, um dos suspeitos foi preso em São Paulo, com braço ferido a tiros.

A transportadora e a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná afirmam que o assalto foi frustrado pelo sistema de segurança do cofre, que resistiu a explosões e a ação de assaltantes especializados, e ao cerco dos policiais de Guarapuava. Os criminosos teriam conseguido fugir, num primeiro momento, sem levar nenhum dinheiro.

A prisão desta quarta-feira foi conduzida por policiais que cuidam do setor patrimonial da DEIC,  a 1ª Divisão de Investigações sobre Crime contra o Patrimônio (DISCCPAT).

[LEIA-TAMBÉM]

;

Últimas Notícias