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Guarapuava se firma como a Capital da Cevada e do Malte

Município responde por 40% da produção da cevada do Brasil

07/11/2019

O presente trabalho de análise e divulgação do potencial da cadeia produtiva da cevada e do malte, com ênfase para a Região Central do Paraná, foi compilado pelo assessor especial Marcio de Sequeira, da Secretaria Municipal de Turismo de Guarapuava. Apresentamos aos leitores do Paraná Central

Diversas etnias ajudaram a construir o Paraná, fortalecendo e consolidando o nosso estado como um dos mais produtivos do Brasil, principalmente no setor do agronegócio.

A quase totalidade da produção agropecuária paranaense é verticalizada por agroindústrias modernas que empregam alta tecnologia desde a pesquisa científica, passando pelo campo, adequado manejo, seleção, processamento e colocação dos produtos finais de alta qualidade nas prateleiras para os consumidores de diversos estados e também países de todos os continentes.

Dentre milhares de produtos notáveis do Paraná, resultantes de matérias-primas de excelente qualidade geradas aqui mesmo em nossas terras, destacamos as cervejas artesanais.

Assim como o vinho, a cerveja consumida de forma moderada, também é benéfica para a saúde, sendo totalmente isenta de gordura, possuindo diversas vitaminas e outras substâncias.

 Marcio de Sequeira, da Secretaria Municipal do Turismo de Guarapuava:
"O consumo de cerveja aumenta a cada ano em todo o mundo e é pouco ou quase nada afetado por crises econômicas ou recessão"

 A produção de cervejas artesanais também vem crescendo a nível mundial, conquistando uma fatia cada vez maior do mercado, porque atende ao paladar mais refinado dos apreciadores deste tipo de produto, que é diferenciado, um produto autenticamente “gourmet”. Estas cervejas têm o sabor mais encorpado, preservando melhor suas características.

O município de Guarapuava se destaca há mais de uma década no Paraná, pela maior produção da cevada cervejeira em toneladas de grãos; assim como os melhores índices de produtividade da cevada por hectare. Toda essa produção é obtida com alta tecnologia agrícola, fomentada por centros de pesquisas dentro do próprio município, cujos resultados são difundidos em grandes eventos locais que atraem produtores e pesquisadores nacionais e internacionais, tornando o município referência internacional na cultura de grãos. Como exemplo, em Guarapuava é realizado todo ano, o já consagrado Dia de Campo de Inverno, o “WinterShow”, da Cooperativa Agroindustrial Agrária, que mostra os resultados das culturas de inverno, como trigo, cevada e aveia. Para se ter uma ideia de sua magnitude, durante os 3 dias deste evento,  chegam mais de 100 aeronaves pequenas e médias no aeroporto de Guarapuava, trazendo  participantes de longe.

 A cevada e também o trigo – em menor escala – servem para produzir o malte cervejeiro.

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Imperatriz, a cevada cervejeira do futuro

Em 1951, Guarapuava recebeu 500 famílias da etnia "suábios do Danúbio" (povo de origem eslavo-germânica), cuja colonização foi viabilizada pelos governos federal e estadual, através de acordo firmado com a Suissaid (Ajuda Suíça para os Refugiados da Europa). Os suábios trouxeram consigo a experiência a cooperativista bem sucedida na Europa e transformaram os campos impróprios para lavoura do distrito de Entre Rios   (utilizados antes para pecuária extensiva por mais de um século) em terras muito produtivas. Assim tornaram-se grandes produtores de grãos do Brasil, tanto em volume como em produtividade. A cevada cervejeira é um dos grãos produzidos em grande escala no Município de Guarapuava e que serve de matéria-prima básica para ser convertido em malte cervejeiro.

 

 A Agromalte produz mais de 24 tipos de malte cru pilsen

O maior cliente da Agromalte é a Ambev, a maior indústria de bebidas do mundo.

As cervejas artesanais possibilitam melhor harmonização com a gastronomia, incentivando os estabelecimentos de alimentação e os organizadores de eventos de várias regiões do Paraná, a oferecerem aos consumidores, produtos de excelente qualidade, personalizados e com características regionais, combinando a boa comida com boas cervejas.

Guarapuava tem a maior produção do malte cervejeiro do Paraná e do Brasil, na maior maltaria do país e da América Latina, a Agromalte, que é uma das unidades agroindustriais da cooperativa Agrária e fornece 30% de todo o malte usado pelas cervejarias nacionais industriais e mais de 90% pelas cervejarias artesanais, existentes em diversos estados brasileiros. Assim o Paraná é o estado que fornece a quase totalidade do malte para as cervejarias artesanais brasileiras.

Com a criação da “Rota da Cerveja Artesanal”, pela Lei Estadual 18.980 de 05 de abril de 2017, o Estado do Paraná assume com justiça sua grande vocação para a produção da matéria-prima essencial das cervejas e para os segmentos ligados ao produto final artesanal, como o turismo cultural, gastronômico e de lazer. Juntamente com uma boa gastronomia e uma boa cerveja artesanal, os turistas também poderão apreciar a diversidade da riqueza cultural do Paraná, manifestada através da história, das músicas e danças folclóricas, trajes típicos, artesanato, costumes tradicionais e lendas.

Com esta nova rota turística, o Paraná alcançará patamares mais elevados, atraindo cada vez mais turistas nacionais e também estrangeiros.

Com sua inesgotável capacidade de produzir riquezas, desenvolvendo sua economia e oferecendo qualidade, o Paraná deve se orgulhar cada vez mais de seus grandes feitos, como ser o maior produtor de malte do país e um dos maiores produtores da matéria-prima deste, a cevada. Também o Paraná se destaca nos concursos nacionais e internacionais de cervejas artesanais, conquistando as primeiras colocações e com número crescente de receitas premiadas, cerca de 1/3 do total. Grande parte disso se deve ao Município de Guarapuava, que ajuda a engrandecer o nosso rico Paraná e o nosso gigantesco Brasil.    

Em Guarapuava literalmente se pode afirmar que a cerveja “Sai do Campo para o Copo.”

Guarapuava produz 40% da cevada do País

Conhecimento dos Engenheiros sobre tecnologia e transformação de alimentos contribui para preservação da qualidade da industrialização de cervejas

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 60% da cevada colhida no País é proveniente do Paraná.  A estimativa de produção da safra de 2018, por exemplo, apontava que o Brasil produziria 427.394 toneladas de cevada, destas, 251.968 provenientes do Paraná e, dentro deste contexto de produtividade paranaense, 174.225 toneladas são originárias de Guarapuava, de acordo com levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná). Portanto, os números revelam que a terra do lobo bravo é responsável por cerca de 40% de toda a cevada produzida nacionalmente. Além da intensa produção de matéria-prima, Guarapuava também abriga a maior maltaria da América Latina, a Agromalte, que atende aproximadamente 30% da demanda nacional.

 Em todo este processo de produção da cerveja - desde o plantio até a industrialização – o acompanhamento de um responsável técnico é fundamental para contribuir com a preservação da qualidade do produto. Neste caso específico, o conselheiro do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), Engenheiro Agrônomo e Sommelier de Cervejas e Vinhos, Paulo Rogério Borszowskei, destaca algumas modalidades das Engenharias que são qualificadas para acompanhar tais procedimentos: Engenheiros Agrônomos, Engenheiros Químicos e Engenheiros de Alimentos.

 “A Agronomia e a Engenharia de Alimentos trabalha com a questão da tecnologia de processamento de alimentos, envolve o conhecimento prático e teórico da fermentação e manipulação de alimentos. Já a Engenharia Química, é focada nas transformações, nas questões de reação, redução e oxidação. Tendo um profissional que conheça essas áreas, a certificação e o produto terão o monitoramento da qualidade preservado”, avalia.

Embora os Engenheiros tenham conhecimento específico sobre tecnologia e transformação dos alimentos, para a industrialização da cerveja, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prevê por lei a participação de um responsável técnico no processo, mas não necessariamente proveniente das Engenharias. “É preciso ter um responsável pelo controle de processo, alguém que tenha conhecimento dos procedimentos operacionais e padrões de limpeza, que conheça todo o processo de operação da fabricação da cerveja”, explica o Engenheiro Agrônomo, ressaltando a qualidade dos profissionais habilitados do sistema Confea/Crea.

O Crea-PR atua fiscalizando as atividades de industrialização de cervejas.  Em 2016, 28 fiscalizações deste segmento foram realizadas em todo o Paraná. “Nestas fiscalizações, nós analisamos os procedimentos da indústria, pra ver se tem processo de engenharia envolvido e quais poderiam ser os profissionais responsáveis. Como esta prática industrial pode ser realizada por diferentes modalidades das engenharias, a escolha do profissional depende do processo adotado pela empresa para produzir a cerveja”, avalia o Gerente da Regional de Guarapuava do Crea-PR, Engenheiro Eletricista Thyago Giroldo Nalim.

O responsável por uma cervejaria deve seguir os parâmetros legais do Ministério da Agricultura,  Anvisa e Inmetro, desde as normas de layout da indústria e boas práticas de fabricação, até as questões que envolvem qualidade, certificação e registro da cervejaria e do produto.

PROJETO CAMINHOS DO MALTE

Desde 2017, através da Lei nº134/2017, de autoria da Deputada Estadual Cristina Silvestri, Guarapuava passou a ser denominada a Capital Paranaense da Cevada e do Malte, estimulando ainda mais os produtores de cevada a investirem nesta área.

Nesse contexto, a Secretaria Municipal de Turismo tem fortalecido o projeto Caminhos do Malte, que visa incentivar o empreendedorismo cervejeiro e o consumo da cevada e do malte na alimentação e também na produção associada ao turismo.

Maior maltaria da América Latina, tem como carro chefe a produção de Malte Pilsen, atendendo aproximadamente 30% da demanda do mercado brasileiro de cerveja. Após recente ampliação, conta com produção de 350.000 t de malte por ano e passou a produzir alguns maltes especiais, como Malte Pale Ale, Vienna e Munique, todos com cevada 100% nacional. Possui certificação ISO 22.000, de segurança de alimentos e boas práticas de fabricação.

Além dos maltes produzidos em sua maltaria, oferece um portfólio completo para produção de cerveja: os melhores Maltes Especiais de suas parceiras Weyermann®, Crisp e Dingemans, grande variedade de Lúpulos da HVG e diretamente de produtores, Fermentos Secos da Lallemand, Fermentos Líquidos da Bio4, Extratos da Weyermann® e Liotécnica e Adjuvantes e Coadjuvantes da Prozyn.

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