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EXCLUSIVO: Mais um suspeito do atentado em Guarapuava morre sem contar o que aconteceu

03/05/2022

Willian Ferreira da Silva era tido como um dos líderes do PCC no Paraná. Polícia alega que ele reagiu a tiros e foi morto dentro de uma casa na periferia de Ponta Grossa. Era suspeito de ter participado do atentado em Guarapuava. Polícia Militar segue a trilha do PCC, facção criminosa mais perigosa do Brasil

O homem que tombou morto ontem (segunda-feira) numa ação de policiais-militares em Ponta Grossa respondia por crimes de homicídio. Willian Ferreira da Silva, 29 anos, era apontado como um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), um dos mais famigerados grupos do crime organizado no Brasil, e de ter participado ao atentado em Guarapuava no 17 de abril, Domingo de Páscoa.

SAIBA MAIS

Suspeito do atentado em Guarapuava pode ter entrado em confronto com a PM em Ponta Grossa

As operações que apuram o ataque ao quartel do 16º Batalhão de Polícia Militar e o assalto à ProForte/Protege contabilizam apenas estes resultados práticos.  A exemplo de Robson da Luz Tavares, 20 anos, morto em condições semelhantes em Guarapuava, na Vila Bela, Willian Ferreira da Silva é mais um suspeito que se vai sem contar sua história nos inquéritos que estão sob a responsabilidade da 14ª Subdivisão Policial.

PM de Ponta Grossa divulgou esta imagem: armas estariam em poder do suspeito

Imagem divulgada pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic), de São Paulo: proprietário destas armas e munições seria responsável por abastecer a quadrilha que promoveu o atentado em Guarapuava. No arnesal, a .50, fuzil de uso militar usado pelos assaltantes em Guarapuava

O teor do boletim de ocorrência do Batalhão de Ponta Grossa é similar ao de Guarapuava, ou seja, ambos os suspeitos reagiram a tiros na chegada do Choque e foram abatidos pelos policiais.

Refazendo o caminho seguido pela PM, após os atentados em Guarapuava, com apoio do serviço de inteligência da corporação, nota-se que todas as linhas levam ao PCC. No mesmo período da morte de Robson Tavares, os policiais-militares detiveram em Guarapuava um homem suspeito de tráfico e associado ao Primeiro Comando da Capital.

A ESPOSA DO SUSPEITO

A reportagem do Paraná Central – primeiro veículo de comunicação no Paraná a noticiar o caso de Ponta Grossa – teve ampla repercussão nos Campos Gerais. O repórter Sassá, conhecido naquela região por suas reportagens investigativas, fez uma “live” citando várias vezes o #pr100 (diminutivo de “Paraná Central”).

Foi assim que a esposa de Willian Ferreira Silva, 20 anos, desempregada, chegou até o Portal Paraná Central para sustentar a versão de que “não entendeu” por que o marido reagiria a tiros à chegada dos policiais. Segundo ela, “William poderia ser um bandido”, mas, nesta situação, ele preferiria fugir.

A polícia divulgou uma nota segundo a qual o suspeito estava de posse de uma pistola e de drogas e reagiu a tiros 

Wiliiam Silva era natural de Tibagi, distante 95 quilômetros de Ponta Grossa, onde ele vivia com a esposa, Vanessa, e um filho de três anos. Pelo que consta, William estava em liberdade condicional e concentrava moradia fixa em Ponta Grossa. “Em casa, era um pai amoroso”, descreveu Vanessa. Para a polícia, porém, o suspeito era o criminoso conhecido também como “Bandoleiro”, “Grego”, “Quebra”, “Toreto”. Grau de periculosidade, de 0 a 5, ficava na escala 4.

Interior da moradia onde Willian da Silva residia em Ponta Grossa. Foto, segundo se sabe, foi tirada depois da chegada dos policiais e da morte do suspeito

A família recebeu o corpo e está velando nesta terça-feira, em Tibagi. Na última foto enviada ao filho, Willian Silva aparece dentro de um posto de saúde em Ponta Grossa.

EM SÃO PAULO

Em Guarapuava, o delegado-chefe da 14ª Subdivisão Policial, Rubens Miranda, afirmou que a Polícia Civil não acompanha as operações da Polícia Militar. Duas equipes da SDP e um grupo especial de investigadores enviado pela Secretaria da Segurança Pública, de Curitiba, fazem diligências paralelas para chegar à quadrilha de assaltantes que dominou Guarapuava inteira ao longo de quase 4 horas no Domingo de Páscoa para segunda-feira.

Os policiais civis mantêm as informações no mais absoluto sigilo. Parte dessas investigações, segundo foi apurado pelo Portal Paraná Central, está concentrada em São Paulo, com a presença de policiais de Guarapuava. Na semana do atentado, o Departamento de Investigações Criminais (Deic) anunciou a descoberta de um arsenal, num sítio do interior de São Paulo, com armas parecidas às usadas no atentado em Guarapuava, de uso privativo das Forças Armadas.

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