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Assassino do casal de seguranças gravou áudio xingando as vítimas. “Mexeram com a pessoa errada”, diz ele, rindo

Sepultamento mobilizou amigos e familiares com carreata; deixaram 4 filhos, de 1 a 12 anos

25/03/2024

Um clima de comoção tomou conta de amigos e familiares do casal de seguranças assassinado enquanto trabalhavam na madrugada do último sábado, numa conveniência no bairro Conradinho. Vanderley Antônio de Lima (31 anos) e Edinéia Gonçalves Oliveira (32), pais de quatro filhos, foram sepultados ontem à tarde num féretro com dezenas de carros e motos. Enquanto isso, o assassino, o motorista de caminhão Rodrigo Neumann Pires (43), era preso por policiais-militares após permanecer por horas escondido numa área rural, na Estrada do Guabiroba. 

Imagens do crime, registradas por uma câmera de segurança, dentro e fora do estabelecimento, mostram o momento de agonia vivido pelo casal. Segundo as informações, o desentendimento teria iniciado quando Edinéia Oliveira, na função de vigilante, chamou atenção de Pires por comportamento excessivo no local. O clima esquentou e os dois se confrontaram, enquanto o outro segurança, Vanderley de Lima, esposa dela, interveio usando cacetete. 

Rodrigo Neumann Pires, autor dos disparos que matou o casal de seguranças, falando sobre o que aconteceu antes do crime: "Eu não fiz nada, nada, nada"

À QUEIMA-ROUPA

Os vídeos mostram o motorista retornando ao local com um revólver. Os dois seguranças estão do lado de fora, na porta, e são surpreendidos com a chegada do assassino. Eles entram na conveniência e são perseguidos a tiros. Edinéia leva os primeiros tiros e cai morta. Vanderley agoniza, é socorrido e morre no hospital. 

Rodrigo Neumann Pires mandou áudio para um conhecido, dando sua versão sobre o crime. Ele pede para o áudio ser enviado para dois grupos de comunicação, “Heróis” e “Bateria”, enquanto xinga as vítimas de “fdp” e diz que elas estão tendo “encontro com o capeta”. 

“EU NÃO FIZ NADA”

O motorista contou que, após ser expulso do bar pelos seguranças, foi a pé a sua casa, se despediu “dos cachorros e da mulher” e retornou armado de um revólver para cometer o crime. “Você me conhece”, diz ele para a pessoa que recebeu o áudio. “Eu não fiz nada, nada, nada de errado”, assegura, acrescentando que levou golpes de cacetete e teve a boca machucada. “Mexeram com a pessoa errada”, resumiu ele. “Eu disse pra ele (segurança): você tem certeza de que sabe o que está fazendo? Acabou de assinar teu atestado de óbito.”

Rodrigo Neumann Pires disse para quem enviou a gravação que pretendia ficar escondido por “48 horas” (período de flagrante). “Vai dar tudo certo”, tranquilizou o interlocutor. No entanto, Pires foi preso em menos de 24 horas. Num dos trechos, ele detalha que saiu de casa a pé, porque não dirige quando bebe, para não correr o risco de perder a carteira de motorista.

FRIEZA DO ASSASSINO

Chama atenção no áudio a frieza de Pires. Em alguns instantes, ele fala rindo. A reportagem não teve acesso aos grupos “Hérois” e “Bateria”, mencionados pelo assassino no áudio.

O enterro das vítimas foi às 16h no Cemitério Municipal de Guarapuava. Os filhos que ficaram órfãos têm 12, 4 e dois gêmeos de 1 ano.

No local do crime funciona um bar com mesas de sinuca e mesas para os clientes. Cada uma das vítimas receberia R$ 120,00 pela noite de serviço.

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